25 de abr. de 2012
Fresno Lança a música INFINITO
Galera, o Lucas ACABOU de colocar no twitter o site aqui pra baixar INFINITO (Acústico). Essa é a versão das rádios! Bora lá :)
E outra, vejam a música via YOUTUBE aqui nesse link:
http://www.youtube.com/watch?v=SMNpano2Re0&feature=youtu.be
http://www.youtube.com/watch?v=SMNpano2Re0&feature=youtu.be
http://www.youtube.com/watch?v=SMNpano2Re0&feature=youtu.be
COnfira a letra de Infinito!
Eu nunca fui de lembrar
Nem tenho quadros em casa
Pois são a fonte do problema
A vida nem sempre é
Do jeito que eu esperava
Eu já nem sei se vale à pena
Mas se eu pintar um horizonte infinito
E caminhar
Do jeito que eu acredito
Eu vou chegar em um lugar só meu
Lá pode ter um novo amor pra eu viver
Quem sabe uma nova dor pra eu sentir
A droga certa pra fazer te esquecer
Vai apagar a tua marca de mim
Tudo pode estar lá
Quem dera poder partir
Sem tchau, sem mala, sem nada
Ver bem de longe o meu planeta
E perceber
Que a gente é pequeno demais
Na imensidão das galáxias
Voltar a bordo de um cometa
Mas se eu pensar, que em tudo há algo de perfeito
E assim, voar, pra onde o ar é rarefeito
Eu vou chegar em um lugar só meu
Lá pode ter um novo amor pra eu viver
Quem sabe uma nova dor pra eu sentir
A droga certa pra fazer te esquecer
Vai apagar a tua marca de mim
Tudo pode estar lá
E eu aqui
Fresno - Planos e Promessas - 2005
20 de abr. de 2012
8 de abr. de 2012
Vivendo a Fresno.
Se a gente pudesse ter provas escolares do que realmente gostamos, seria a coisa mais espetacular do mundo. É certo que temos que aprender as matérias, mas não seria bem melhor fazer prova sobre a banda Fresno?
Eu já me sinto especializada neles, e sei que você também.
Qualquer coisa que me perguntam à respeito deles, eu sei, e se não sei, sinto prazer de pesquisar sobre. É como se perguntasse algo à um profissional de qualquer área, e ele souber responder facilmente. Fresno é bem mais que minha religião, é minha profissão, é o meu modo de viver a vida.
Eu já me sinto especializada neles, e sei que você também.
Qualquer coisa que me perguntam à respeito deles, eu sei, e se não sei, sinto prazer de pesquisar sobre. É como se perguntasse algo à um profissional de qualquer área, e ele souber responder facilmente. Fresno é bem mais que minha religião, é minha profissão, é o meu modo de viver a vida.
4 dias pra 30
Fresnéticos, hoje é dia 8 de abril, páscoa.
Mas, temos que lembrar que daqui 4 dias (12.04)é aniversário do nosso querido mestre Rodrigo Tavares. Não interessa que ele saiu da Fresno, nós fãs de verdade, estaremos com ele aonde quer que ele for. Então, vocês ainda tem 4 dias para prepararem um texto, uma foto, um presente, ou qualquer recordação feita de coração para oferecer pra ele, afinal, ele merece; ele sempre, em todo o caminho sendo fã de Fresno, nos ofereceu um presente, que foi sua música e sua confiança ao retratar sua vida em forma de música; então chegou a nossa vez de fã de prestigiá-lo.
Tavares tá ficando véééééio, trintão!
HAHAHAHAHA
TE AMAMOS TAVARES! <3
Mas, temos que lembrar que daqui 4 dias (12.04)é aniversário do nosso querido mestre Rodrigo Tavares. Não interessa que ele saiu da Fresno, nós fãs de verdade, estaremos com ele aonde quer que ele for. Então, vocês ainda tem 4 dias para prepararem um texto, uma foto, um presente, ou qualquer recordação feita de coração para oferecer pra ele, afinal, ele merece; ele sempre, em todo o caminho sendo fã de Fresno, nos ofereceu um presente, que foi sua música e sua confiança ao retratar sua vida em forma de música; então chegou a nossa vez de fã de prestigiá-lo.
Tavares tá ficando véééééio, trintão!
HAHAHAHAHA
TE AMAMOS TAVARES! <3
7 de abr. de 2012
Sonho de um Visconde
O Lucas já está tocando em seus shows 'Visconde' uma nova música da banda Fresno, por enquanto está apenas se formando, mas logo mais, ela terá melodia certa, e o Lucas nos mostrará. Temos a letra, que por sinal, é fantástica! Confere aí:
Eu sonhei
Que o mar
Me engolia, me tirava o ar
Experimentei
A paz
De ver que eu não iria mais voltar
Eu vi que o céu
É só mais uma ilusão
E escrevi num papel
Pra me lembrar, ao fim do furacão
Precisei voar
Pra bem longe só pra ver
Serei sempre eu, as palavras
E o resto é nada mais…
Serei sempre eu, as memórias
E o resto é nada mais…
Eu tentei
Pintar
Na minha cara um sorriso igual
Àquele que eu sei
Esta lá
Num grão de areia entre as Mostardas e o Pinhal
Eu vi que o céu
Me atrai bem mais o que o chão
Mas é tão cruel
Contemplar sozinho a imensidão
Queria alguém
Pro universo observar
Seria só eu, alguém
E o resto é nada mais…
Seríamos eu, você
E o resto é nada mais...
"Eu queria, por um dia, conseguir mudar…
Deixar de ser errante, por um dia não andar.
Eu tenho uma ferida de cada lugar
Em que deixei guardada a solidão"
E é por isso, minha linda, que eu não sei lidar
É muito mais do que meu peito pode suportar
Não quero sonhos com hora marcada pra acabar
Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar
Quem sabe há alguém
Vai me ouvir
E me trazer a paz
Será que há alguém
Por aí?
Eu sonhei
Que o mar
Me engolia, me tirava o ar
Experimentei
A paz
De ver que eu não iria mais voltar
Eu vi que o céu
É só mais uma ilusão
E escrevi num papel
Pra me lembrar, ao fim do furacão
Precisei voar
Pra bem longe só pra ver
Serei sempre eu, as palavras
E o resto é nada mais…
Serei sempre eu, as memórias
E o resto é nada mais…
Eu tentei
Pintar
Na minha cara um sorriso igual
Àquele que eu sei
Esta lá
Num grão de areia entre as Mostardas e o Pinhal
Eu vi que o céu
Me atrai bem mais o que o chão
Mas é tão cruel
Contemplar sozinho a imensidão
Queria alguém
Pro universo observar
Seria só eu, alguém
E o resto é nada mais…
Seríamos eu, você
E o resto é nada mais...
"Eu queria, por um dia, conseguir mudar…
Deixar de ser errante, por um dia não andar.
Eu tenho uma ferida de cada lugar
Em que deixei guardada a solidão"
E é por isso, minha linda, que eu não sei lidar
É muito mais do que meu peito pode suportar
Não quero sonhos com hora marcada pra acabar
Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar
Quem sabe há alguém
Vai me ouvir
E me trazer a paz
Será que há alguém
Por aí?
4 de abr. de 2012
Texto do Lucas
"Era 2008. Lembro que a gente tinha recém lançado no 'Redenção', e ainda estávamos naquele deslumbre com o lance de se fazer parte de uma grande gravadora, ainda desacostumado com essa coisa de observar adultos fazendo reuniões para discutir os rumos e caminhos da minha brincadeira de adolescente.
Teve o negócio do disco sair, e antes mesmo de o clipe de 'Uma Música' - o primeiro single, escolhido numa reunião de adultos - ter ficado pronto, o Pedro Cupertino tinha recém se afastado da banda, e aí ainda me ligam dizendo que eu ia tocar num negócio muito sério com Chitãozinho & Xororó e o escambau. Era coisa demais para a minha cabeça. O resultado todo mundo viu, surgiu uma improvável e bonita amizade entre duas entidades totalmente diferentes e quase-opostas-ou-nem-tanto em sua musicalidade, e blá, e blá, e blá. Isso ergueu a Fresno a um nível de responsa nunca antes experimentado.
Aí pintaram as indicações para o Video Music Brasil, o VMB. O público tinha nos agraciado com o troféu de 'Banda Revelação' no ano anterior, e ali a gente se viu pela primeira vez na briga de cachorros grandes. Não 'briga', pois tudo acaba em cerveja, e não cachorros grandes pois eu ainda sou um cusco pesteado menor que um pinscher, perto de um povo que tava indicado com a gente para a tal categoria 'Artista do Ano'.
Num desses churrascos surreais no sítio do Chitão, a Ana Anna L. Peixoto Butler, que tinha um cargo importantíssimo na MTV, mas que eu nunca soube especificar miudamente (Diretora de Relações Artísticas, ou algo que o valha) chama todos os presentes para a sua rodinha e dispara: 'cês vão tocar no VMB, juntos, e a música vai ser "Evidências"'. Foi só mais um dos inúmeros 'então tá, então' que eu tive que dizer.
Nas semanas seguintes, o povo todo vinha me parabenizar pelas indicações, vinham com uns papos de 'esse ano é de vocês'. Nunca foi algo que eu acreditei muito, mas aos poucos a galera foi me convencendo, ao ponto de, no dia da premiação, eu estar a ponto de explodir, tamanho o nervosismo. Pela apresentação e pela grande indicação.
Tinha nem molhado o bico na cerveja (hoje sei que ela ajuda a gente a se soltar, se não consumida em excesso), e um produtor que trajava em sua cabeça um fone gigante (normalmente o tamanho do fone e o número de credenciais e pulseiras são proporcionais à importância do cara no evento) nos puxa pelo braço falando 'agora são vocês'. 'VOCÊS O QUÊ? A GENTE GANHOU, OU A GENTE VAI TOCAR?', e antes que eu terminasse de respirar fundo, pude atentamente observar o cronograma da premiação nas mãos do cara, que claramente mostravam que primeiro a gente tocaria, e depois aconteceria a premiação de Artista do Ano.
Hora dos comerciais: uma vez no palco, a gente atocha nos ouvidos o tal do in-ear, que é um fone pelo qual a gente vai se ouvir durante a apresentação. Uma vez com os fones, não se ouve nada do que acontece lá fora. Uns aquecimentos de última hora, tapas sinceros nas costas dos companheiros e, na outra vez que olhei para o palco, lá estavam os caras do Nx Zero recebendo o trofeu de Artista do Ano, pulando que nem loucos. Lembro de olhar pro produtor e falar "como assim?". "É, mudaram de última hora", ele respondeu, já gesticulando para eu me posicionar no palco e quando eu menos esperei, a contagem de baquetas já me obrigava a tocar as primeiras notas de 'Evidências'. Quando muita coisa passa pela nossa cabeça, fica difícil reter alguma coisa. Só o que ficou foi que eu tinha que tocar não porque queria, não porque deveria, e sim porque a música já tinha começado.
A gente nunca mereceu aquele prêmio (merecemos o de 2009, que está ali em cima do meu armário, acumulando poeira e com um pedaço quebrado), e a única lição que eu aprendi com esse episódio foi que a gente jamais pode se considerar pronto pra guerra antes de sentir na pele o penetrar dos estilhaços da granada. Na grande maioria das vezes, as coisas não vão sair do jeito que a gente imagina, e a gente vai ter que se virar do jeito que dá, e ninguém vai vir te perguntar se tu tá pronto antes, se tu quer água durante, ou se tu quer descansar depois. Viver é improvisar, é pintar um sorriso na cara até que a boca por debaixo da tinta imite o que o espelho te mostra.
Uma vez em casa, pra lá das sete da manhã, eu estava assistindo a reprise da premiação, em que a Luisa Micheletti perguntava pro Ben Harper quais eram as coisas que ele mais tinha gostado na música brasileira, já esperando aquele Caetano Veloso, ou aquele 'sámmbah' cheio de sotaque, e o negrão vai lá e dispara 'gostei da tal da banda Fresno'.
A Luisa olhou pra câmera com um à estampado na testa, e eu, olhei pra tevê com um sorriso estampado na cara."
Lucas Silveira
Teve o negócio do disco sair, e antes mesmo de o clipe de 'Uma Música' - o primeiro single, escolhido numa reunião de adultos - ter ficado pronto, o Pedro Cupertino tinha recém se afastado da banda, e aí ainda me ligam dizendo que eu ia tocar num negócio muito sério com Chitãozinho & Xororó e o escambau. Era coisa demais para a minha cabeça. O resultado todo mundo viu, surgiu uma improvável e bonita amizade entre duas entidades totalmente diferentes e quase-opostas-ou-nem-tanto em sua musicalidade, e blá, e blá, e blá. Isso ergueu a Fresno a um nível de responsa nunca antes experimentado.
Aí pintaram as indicações para o Video Music Brasil, o VMB. O público tinha nos agraciado com o troféu de 'Banda Revelação' no ano anterior, e ali a gente se viu pela primeira vez na briga de cachorros grandes. Não 'briga', pois tudo acaba em cerveja, e não cachorros grandes pois eu ainda sou um cusco pesteado menor que um pinscher, perto de um povo que tava indicado com a gente para a tal categoria 'Artista do Ano'.
Num desses churrascos surreais no sítio do Chitão, a Ana Anna L. Peixoto Butler, que tinha um cargo importantíssimo na MTV, mas que eu nunca soube especificar miudamente (Diretora de Relações Artísticas, ou algo que o valha) chama todos os presentes para a sua rodinha e dispara: 'cês vão tocar no VMB, juntos, e a música vai ser "Evidências"'. Foi só mais um dos inúmeros 'então tá, então' que eu tive que dizer.
Nas semanas seguintes, o povo todo vinha me parabenizar pelas indicações, vinham com uns papos de 'esse ano é de vocês'. Nunca foi algo que eu acreditei muito, mas aos poucos a galera foi me convencendo, ao ponto de, no dia da premiação, eu estar a ponto de explodir, tamanho o nervosismo. Pela apresentação e pela grande indicação.
Tinha nem molhado o bico na cerveja (hoje sei que ela ajuda a gente a se soltar, se não consumida em excesso), e um produtor que trajava em sua cabeça um fone gigante (normalmente o tamanho do fone e o número de credenciais e pulseiras são proporcionais à importância do cara no evento) nos puxa pelo braço falando 'agora são vocês'. 'VOCÊS O QUÊ? A GENTE GANHOU, OU A GENTE VAI TOCAR?', e antes que eu terminasse de respirar fundo, pude atentamente observar o cronograma da premiação nas mãos do cara, que claramente mostravam que primeiro a gente tocaria, e depois aconteceria a premiação de Artista do Ano.
Hora dos comerciais: uma vez no palco, a gente atocha nos ouvidos o tal do in-ear, que é um fone pelo qual a gente vai se ouvir durante a apresentação. Uma vez com os fones, não se ouve nada do que acontece lá fora. Uns aquecimentos de última hora, tapas sinceros nas costas dos companheiros e, na outra vez que olhei para o palco, lá estavam os caras do Nx Zero recebendo o trofeu de Artista do Ano, pulando que nem loucos. Lembro de olhar pro produtor e falar "como assim?". "É, mudaram de última hora", ele respondeu, já gesticulando para eu me posicionar no palco e quando eu menos esperei, a contagem de baquetas já me obrigava a tocar as primeiras notas de 'Evidências'. Quando muita coisa passa pela nossa cabeça, fica difícil reter alguma coisa. Só o que ficou foi que eu tinha que tocar não porque queria, não porque deveria, e sim porque a música já tinha começado.
A gente nunca mereceu aquele prêmio (merecemos o de 2009, que está ali em cima do meu armário, acumulando poeira e com um pedaço quebrado), e a única lição que eu aprendi com esse episódio foi que a gente jamais pode se considerar pronto pra guerra antes de sentir na pele o penetrar dos estilhaços da granada. Na grande maioria das vezes, as coisas não vão sair do jeito que a gente imagina, e a gente vai ter que se virar do jeito que dá, e ninguém vai vir te perguntar se tu tá pronto antes, se tu quer água durante, ou se tu quer descansar depois. Viver é improvisar, é pintar um sorriso na cara até que a boca por debaixo da tinta imite o que o espelho te mostra.
Uma vez em casa, pra lá das sete da manhã, eu estava assistindo a reprise da premiação, em que a Luisa Micheletti perguntava pro Ben Harper quais eram as coisas que ele mais tinha gostado na música brasileira, já esperando aquele Caetano Veloso, ou aquele 'sámmbah' cheio de sotaque, e o negrão vai lá e dispara 'gostei da tal da banda Fresno'.
A Luisa olhou pra câmera com um à estampado na testa, e eu, olhei pra tevê com um sorriso estampado na cara."
Lucas Silveira
1 de abr. de 2012
Aniversário do Bell 01.04.2012
Hoje 1º de Abril é aniversário do nosso querido Rodrigo Ruschel, que até então era chamado de Bell, e hoje, nós fãs, adoramos trolá-lo, ou seja, seu novo nome agora é ABELLARDO.
HappyB.aBELLardo ! Seja muito feliz, sempre. Estaremos sempre contigo aonde quer que você esteja, seja que idade tenha, e isso não é mentira, por mais que hoje seja 1º de Abril, nosso amor por ti é a mais pura verdade!
Vamos continuar fazendo BULLEN contigo, eternamente.
PARABÉNS ABELLARDO ! ♥
HappyB.aBELLardo ! Seja muito feliz, sempre. Estaremos sempre contigo aonde quer que você esteja, seja que idade tenha, e isso não é mentira, por mais que hoje seja 1º de Abril, nosso amor por ti é a mais pura verdade!
Vamos continuar fazendo BULLEN contigo, eternamente.
PARABÉNS ABELLARDO ! ♥
Lucas falando sobre música, preconceito...
É incrível como o Lucas consegue escrever bem. Pegue qualquer tema, qualquer coisa, ele nos surpreende, sempre. Por isso eu digo que ele é a pessoa que eu mais admiro no mundo, pois ele consegue me deixar feliz, consegue arrancar um sorriso meu em qualquer momento em que meus olhos encontram com os dele, mesmo que seja por foto.
Olha o que ele escreveu sobre música, preconceito, enfim:
" No Altas Horas que passou ontem (e que reprisa algumas vezes no Multishow - me ajudem com os horários), teve aparelhagem do Pará, banda de rock do Rio Grande do Sul, e tambores do Japão, além do batuque indígena, no filme que o Caio Blat foi lá falar sobre.
Na hora me veio um pensamento: Seja na rufante levada de batera do Bell Ruschel (que roubamos do Muse) em 'Sentado à Beira do Caminho', nos etéreos samples da aparelhagem paraense, no festejo indígena (que o povo da Belo Monte tá querendo afogar em água suja) ou na ritualística batucada oriental, vejo que a necessidade do ser humano de se manifestar através do barulho transcende toda e qualquer gama de cores de pele, idiomas falados e quaisquer barreiras impostas por política ou por preconceito.
Imaginei que, se nascido ao pé do Monte Fuji, provavelmente estaria golpeando o taiko. Embrenhado na selva, seria o crooner da cerimônia da minha tribo. Mergulhado em um conglomerado urbano do Norte do meu país, certamente estaria eu a fazer da minha 'laje', o megafone da minha cultura.
Mas não, eu tenho uma mãe que tocava Roberto Carlos no violão, pra mim, e Ray Conniff no teclado, e um pai que era aspirante a cantor gaudério, mas não conseguia esconder o charme do cantor-de-bolero-de-karaokê, muito menos sua ascendência litorânea e ao mesmo tempo campeira. Soma-se a isso um par de irmãos mais velhos que, sob a minha atenta observação, conheciam e descascavam o rock que vinha de fora e que derrubavam paredes em festas de arromba dadas dentro da minha casa. Eu tava ali, só olhando.
E foi isso que me transformou no que eu sou hoje. Eu sou fruto da vida que levei, do lugar que eu nasci, e das pessoas que me cercaram. É isso que culmina hoje na existência do 'Lucas da Fresno' e de tantos outros projetos. Não se pode fugir de si mesmo.
Em dois mil e poucos, um acidente de trânsito tomou a vida de um colega meu. Meses após isso, outro acidente levou outro embora. Comovido pela efemeridade da vida, escrevi uma música chamada 'Duas Lágrimas'. Essa música está no disco 'O Rio, A Cidade, A Árvore', o segundo da Fresno. Também encontra-se como bônus no DVD 'MTV Ao Vivo 5 Bandas de Rock' (essa sim, sua versão mais bonita). Os anos passaram, e essa música chamou atenção de dois caras, de nomes José e Durval, mais conhecidos como Chitãozinho e Xororó. Após o projeto 'Estúdio Coca-Cola', no qual misturamos as nossas músicas, a dupla, comovida com aquela letra, gravou essa mesma canção 'Duas Lágrimas', em seu disco de estúdio.
Se eu, o 'Lucas da Fresno', do alto do palco do meu show de rock, apanhasse o violão e falasse 'vou tocar uma música sertaneja, da dupla Chitãozinho e Xororó', provavelmente teria meu som engolido pela vaia de testosterona juvenil dos que ali estavam para ouvir e se bofetear ao som do bom e novo rock and roll. O nome disso é preconceito. É a ideia de que se faz de algo que ainda não se conhece. A música que os tiozinhos do interior que vieram lá do Rancho Fundo gravaram em seu disco de música sertaneja foi escrita pelo cearense-criado-gaúcho que toca numa banda de rock. Muda a roupagem, adiciona-se uma gaita, remove-se uma guitarra, mas a música é, de cabo a rabo, a mesma.
O tambor é o mesmo, a motivação é a mesma, a necessidade de se expressar é a mesma em qualquer lugar do planeta. Eu, como humano que imagino ser, sou branco, preto, índio, japonês, paraense, cearense, gaúcho e brasileiro, e a música que escrevo é pro mundo, é pra fazer vibrar as moléculas de um ar que é de todos.
Abre o tímpano, abre a cabeça, e dança do jeito que for, pois ainda não tão cobrando imposto pra gente sorrir.
- L. "
Olha o que ele escreveu sobre música, preconceito, enfim:
" No Altas Horas que passou ontem (e que reprisa algumas vezes no Multishow - me ajudem com os horários), teve aparelhagem do Pará, banda de rock do Rio Grande do Sul, e tambores do Japão, além do batuque indígena, no filme que o Caio Blat foi lá falar sobre.
Na hora me veio um pensamento: Seja na rufante levada de batera do Bell Ruschel (que roubamos do Muse) em 'Sentado à Beira do Caminho', nos etéreos samples da aparelhagem paraense, no festejo indígena (que o povo da Belo Monte tá querendo afogar em água suja) ou na ritualística batucada oriental, vejo que a necessidade do ser humano de se manifestar através do barulho transcende toda e qualquer gama de cores de pele, idiomas falados e quaisquer barreiras impostas por política ou por preconceito.
Imaginei que, se nascido ao pé do Monte Fuji, provavelmente estaria golpeando o taiko. Embrenhado na selva, seria o crooner da cerimônia da minha tribo. Mergulhado em um conglomerado urbano do Norte do meu país, certamente estaria eu a fazer da minha 'laje', o megafone da minha cultura.
Mas não, eu tenho uma mãe que tocava Roberto Carlos no violão, pra mim, e Ray Conniff no teclado, e um pai que era aspirante a cantor gaudério, mas não conseguia esconder o charme do cantor-de-bolero-de-karaokê, muito menos sua ascendência litorânea e ao mesmo tempo campeira. Soma-se a isso um par de irmãos mais velhos que, sob a minha atenta observação, conheciam e descascavam o rock que vinha de fora e que derrubavam paredes em festas de arromba dadas dentro da minha casa. Eu tava ali, só olhando.
E foi isso que me transformou no que eu sou hoje. Eu sou fruto da vida que levei, do lugar que eu nasci, e das pessoas que me cercaram. É isso que culmina hoje na existência do 'Lucas da Fresno' e de tantos outros projetos. Não se pode fugir de si mesmo.
Em dois mil e poucos, um acidente de trânsito tomou a vida de um colega meu. Meses após isso, outro acidente levou outro embora. Comovido pela efemeridade da vida, escrevi uma música chamada 'Duas Lágrimas'. Essa música está no disco 'O Rio, A Cidade, A Árvore', o segundo da Fresno. Também encontra-se como bônus no DVD 'MTV Ao Vivo 5 Bandas de Rock' (essa sim, sua versão mais bonita). Os anos passaram, e essa música chamou atenção de dois caras, de nomes José e Durval, mais conhecidos como Chitãozinho e Xororó. Após o projeto 'Estúdio Coca-Cola', no qual misturamos as nossas músicas, a dupla, comovida com aquela letra, gravou essa mesma canção 'Duas Lágrimas', em seu disco de estúdio.
Se eu, o 'Lucas da Fresno', do alto do palco do meu show de rock, apanhasse o violão e falasse 'vou tocar uma música sertaneja, da dupla Chitãozinho e Xororó', provavelmente teria meu som engolido pela vaia de testosterona juvenil dos que ali estavam para ouvir e se bofetear ao som do bom e novo rock and roll. O nome disso é preconceito. É a ideia de que se faz de algo que ainda não se conhece. A música que os tiozinhos do interior que vieram lá do Rancho Fundo gravaram em seu disco de música sertaneja foi escrita pelo cearense-criado-gaúcho que toca numa banda de rock. Muda a roupagem, adiciona-se uma gaita, remove-se uma guitarra, mas a música é, de cabo a rabo, a mesma.
O tambor é o mesmo, a motivação é a mesma, a necessidade de se expressar é a mesma em qualquer lugar do planeta. Eu, como humano que imagino ser, sou branco, preto, índio, japonês, paraense, cearense, gaúcho e brasileiro, e a música que escrevo é pro mundo, é pra fazer vibrar as moléculas de um ar que é de todos.
Abre o tímpano, abre a cabeça, e dança do jeito que for, pois ainda não tão cobrando imposto pra gente sorrir.
- L. "
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